BAYOU COUNTRY - Creedence Clearwater Revival: Crítica
Por Luís Pedro.
É, mais crítica hoje. Dessa vez do álbum Bayou Country, do famoso Creedence. Obviamente, estou com muito Fuel. O álbum foi lançado em 1969, em janeiro, e tem um estilo mais diferente que os outros álbuns da banda, apesar de ser um pouco parecido, ainda. Desta vez o Roots Rock e Swamp Rock são mais explorados que o típico Country Rock. Foi o primeiro dos incríveis três álbuns daquele ano.

Se está habituado com o Creedence de faixas como Green River, Fortunate Son e Have You Ever Seen The Rain?, talvez este álbum não seja o ideal. A única música que se parece com o Country Rock é Proud Mary. Mas enfim, vamos ao disco. De um modo geral, é um disco que você sente a intensidade do interior estadunidense enquanto ouve. Desde Born On The Bayou, o exemplo ideal para uma faixa de Swamp Rock, até Keep On Chooglin', o disco não desperdiça uma faixa sequer. Muitos acham a longa Graveyard Train descartável, porém, não a considero assim, já que o objetivo da música é sim concluído, conforme veremos adiante. Recomendo escutá-lo num final de tarde, ao ar livre. Apesar de parecer desconfortável, a experiência fica ainda melhor. Meu destaque principal vai para a primeira faixa, que praticamente intitula o álbum. John Fogerty diz que compôs ela enquanto olhava para uma parede e pensava numa história, e, apesar da letra ter sido feita na descontração, é muito boa, narrando a história de um sujeito nascido no pântano, e passa por alguns apuros, como um hoodoo (aparição mística) e um homem que seu pai cita como alguém que prejudica os outros, podendo ser o próprio hoodoo. Outro grande destaque é Graveyard Train, sinistra faixa, com uma letra horripilante e instrumental minimalista, mas sombrio. É a mais longa do álbum, com 9 minutos, mas distribui-os muito bem. A letra se refere a um acidente de trem, envolvendo 30 pessoas. Logo após introduzir o fato, a letra "corta" para citar um diálogo que ocorreu antes do acidente e em seguida o lamento de uma esposa duma das vítimas. Logo no fim, após muita atmosfera, o narrador se revela como a trigésima primeira vítima, e que a pessoa lamentando seria sua esposa. O instrumental é longevo serve para imitar a clássica "tensão" num momento crítico, elemento geralmente utilizado em filmes de terror e ação. O suspense vai sendo gerado. "O que de fato ocorreu?", você se pergunta durante o andamento, principalmente nos trechos da letra aparentemente desanexados. Por isso considero uma faixa brilhante. Para mim, essas duas e Keep On Chooglin', usada principalmente como uma longa jam para encerrar os shows, de um modo quase que instrumental, mas, para muitos, a melhor é Proud Mary. Acho que geralmente consideram essa a melhor do disco porque, além de ser boa, obviamente, é a que mais se encaixa no Creedence dentre as músicas do álbum. Bootleg também é uma ótima música que deixei de falar, um Roots Rock dinâmico e divertido, que tem o mesmo narrador que a última das faixas, olhando pela estrutura informal do texto e aspectos em comum que as letras tem em comum. Ainda tem o cover de Good Golly Miss Molly, de Little Richard, que é legal, apesar de bastante repetitivo, e Penthouse Paper, que deve ser uma das mais "na média" do disco, apenas uma música comum do CCR. Na reedição de 40 anos deste álbum saíram mais 4 faixas, versões ao vivo de Born On The Bayou e Proud Mary, um take de 6 minutos de Bootleg (que é ainda melhor que a versão original), e uma música bem desconhecida, uma jam ao vivo em Fillmore, chamada Crazy Otto, anteriormente conhecida como Stormy Monday, fazendo uma possível referência a Gloomy Sunday ou Ruby Tuesday. É uma composição inteiramente instrumental, e contendo muitos solos de gaita de boca de John Fogerty. É um disco bem curto, e se quiser, ouça no seu tempo livre, durante uma janta, ou o que seja mais confortável, caso não seja possível ouvir ao ar livre.
Pessoal:
- John Fogerty - Guitarra solo, vocal, gaita
- Tom Fogerty - Guitarra base
- Stu Cook - Baixo
- Doug Clifford - Bateria, percussão
Faixas:
1. Born On The Bayou (5:20)
2. Bootleg (3:03)
3. Graveyard Train (8:40)
4. Good Golly Miss Molly (2:50)
5. Penthouse Paper (3:40)
6. Proud Mary (3:10)
7. Keep On Chooglin' (7:43)
Bonus - Reedição de 40 anos:
8. Bootleg (alternate take) (5:50)
9. Born On The Bayou (live) (4:50)
10. Proud Mary (live) (2:50)
11. Crazy Otto (8:50)
Nota: 9,25/10 (A)
Até a próxima!
É, mais crítica hoje. Dessa vez do álbum Bayou Country, do famoso Creedence. Obviamente, estou com muito Fuel. O álbum foi lançado em 1969, em janeiro, e tem um estilo mais diferente que os outros álbuns da banda, apesar de ser um pouco parecido, ainda. Desta vez o Roots Rock e Swamp Rock são mais explorados que o típico Country Rock. Foi o primeiro dos incríveis três álbuns daquele ano.

Se está habituado com o Creedence de faixas como Green River, Fortunate Son e Have You Ever Seen The Rain?, talvez este álbum não seja o ideal. A única música que se parece com o Country Rock é Proud Mary. Mas enfim, vamos ao disco. De um modo geral, é um disco que você sente a intensidade do interior estadunidense enquanto ouve. Desde Born On The Bayou, o exemplo ideal para uma faixa de Swamp Rock, até Keep On Chooglin', o disco não desperdiça uma faixa sequer. Muitos acham a longa Graveyard Train descartável, porém, não a considero assim, já que o objetivo da música é sim concluído, conforme veremos adiante. Recomendo escutá-lo num final de tarde, ao ar livre. Apesar de parecer desconfortável, a experiência fica ainda melhor. Meu destaque principal vai para a primeira faixa, que praticamente intitula o álbum. John Fogerty diz que compôs ela enquanto olhava para uma parede e pensava numa história, e, apesar da letra ter sido feita na descontração, é muito boa, narrando a história de um sujeito nascido no pântano, e passa por alguns apuros, como um hoodoo (aparição mística) e um homem que seu pai cita como alguém que prejudica os outros, podendo ser o próprio hoodoo. Outro grande destaque é Graveyard Train, sinistra faixa, com uma letra horripilante e instrumental minimalista, mas sombrio. É a mais longa do álbum, com 9 minutos, mas distribui-os muito bem. A letra se refere a um acidente de trem, envolvendo 30 pessoas. Logo após introduzir o fato, a letra "corta" para citar um diálogo que ocorreu antes do acidente e em seguida o lamento de uma esposa duma das vítimas. Logo no fim, após muita atmosfera, o narrador se revela como a trigésima primeira vítima, e que a pessoa lamentando seria sua esposa. O instrumental é longevo serve para imitar a clássica "tensão" num momento crítico, elemento geralmente utilizado em filmes de terror e ação. O suspense vai sendo gerado. "O que de fato ocorreu?", você se pergunta durante o andamento, principalmente nos trechos da letra aparentemente desanexados. Por isso considero uma faixa brilhante. Para mim, essas duas e Keep On Chooglin', usada principalmente como uma longa jam para encerrar os shows, de um modo quase que instrumental, mas, para muitos, a melhor é Proud Mary. Acho que geralmente consideram essa a melhor do disco porque, além de ser boa, obviamente, é a que mais se encaixa no Creedence dentre as músicas do álbum. Bootleg também é uma ótima música que deixei de falar, um Roots Rock dinâmico e divertido, que tem o mesmo narrador que a última das faixas, olhando pela estrutura informal do texto e aspectos em comum que as letras tem em comum. Ainda tem o cover de Good Golly Miss Molly, de Little Richard, que é legal, apesar de bastante repetitivo, e Penthouse Paper, que deve ser uma das mais "na média" do disco, apenas uma música comum do CCR. Na reedição de 40 anos deste álbum saíram mais 4 faixas, versões ao vivo de Born On The Bayou e Proud Mary, um take de 6 minutos de Bootleg (que é ainda melhor que a versão original), e uma música bem desconhecida, uma jam ao vivo em Fillmore, chamada Crazy Otto, anteriormente conhecida como Stormy Monday, fazendo uma possível referência a Gloomy Sunday ou Ruby Tuesday. É uma composição inteiramente instrumental, e contendo muitos solos de gaita de boca de John Fogerty. É um disco bem curto, e se quiser, ouça no seu tempo livre, durante uma janta, ou o que seja mais confortável, caso não seja possível ouvir ao ar livre.
Pessoal:
- John Fogerty - Guitarra solo, vocal, gaita
- Tom Fogerty - Guitarra base
- Stu Cook - Baixo
- Doug Clifford - Bateria, percussão
Faixas:
1. Born On The Bayou (5:20)
2. Bootleg (3:03)
3. Graveyard Train (8:40)
4. Good Golly Miss Molly (2:50)
5. Penthouse Paper (3:40)
6. Proud Mary (3:10)
7. Keep On Chooglin' (7:43)
Bonus - Reedição de 40 anos:
8. Bootleg (alternate take) (5:50)
9. Born On The Bayou (live) (4:50)
10. Proud Mary (live) (2:50)
11. Crazy Otto (8:50)
Nota: 9,25/10 (A)
Até a próxima!
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